sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Sentimentos no Papel | Escrever


Abrir o caderno e procurar uma página em branco. Algo já escasso nos tempos que correm. Que saudades de sentir esta saudade, esta sede, este fervilhar de ideias. As palavras a querer sair. A letra quase ilegível devido à rapidez do pensamento. Hoje este sentimento nasce de novo em mim. É do silêncio, da melancolia, e da confusão que sinto na minha cabeça. As ideias gritam dentro de mim. Deixo-me levar e acabo por parar quando noto que cheguei ao fim da página. O lápis voara por entre os meus dedos. O papel rolara e eu nem dera por isso. Releio. Viro a página. Continuo. O tempo passa e o toque soa. Estou atrasada. Fecho o caderno e desperto para a realidade. Estou atrasada. Atrasada para quê? Não me lembro. Volto a sentar-me e torno a escrever. As horas passam e a noite cai. São horas de voltar para casa. Agora já com as ideias no lugar: o papel. Mais leve, mais descontraída, mais aliviada. Lembro-me. Estava atrasada para a vida. Penso. Ainda dormia no meu acolhedor recanto. Recordo o que me era sussurrado. "Acorda". Já é um hábito ignorar. E foi naquele momento que percebi o quão apaixonada estou...
Margarida

2 comentários:

Anónimo disse...

Wow! Adorei o texto. :)

Marii

Margarida disse...

Obrigada