sexta-feira, 13 de março de 2015

Carta para a Pessoa que mais Odeio

Diogo,
O que sinto por ti certamente não é ódio. E dificilmente algum dia será, mas não encontrei mais ninguém a quem escrever esta carta. A verdade é que te tenho uma raiva tamanha... porquê? Nem sei bem. Talvez porque, apesar de tudo, alcançaste tudo o que te achava impossível... talvez porque és feliz, tens namorada, dás-te bem na tua turma, não és gozado, ignoras o que os outros pensam, sais-te bem na viola (mas isso é discutível...porque ambos sabemos que a viola nem é bem um instrumento ahah), sentes-te bem contigo mesmo, tens confiança, confias, dás-te bem com "as gentes", conseguiste resolver os teus problemas, e agora estás bem.
E de tão bem que estás descobriste o óbvio. Entendeste aquilo que eu já te tinha dito, aquilo que já todos tinham visto mas teimavas em tapar... Viste que eu não valho a pena, e seguiste o meu conselho, Afastaste-te. Fizeste bem. Eu já te o tinha dito.
Mas foi assim tão aviso... Foi assim tão de repente, depois de já me teres dito que ficavas. Depois de confiar em ti. Deixaste que me apaixonasse, tola! Depois de me teres prometido que não me deixavas... Talvez eu o tenha merecido. Por todas vezes em que te mandei embora sem uma explicação, por todas as vezes em que aturaste o meu mau humor, por todas as vezes em que te magoei... mas não foste o único. Também me magoaste, também me disseste coisas que apesar de verdade ninguém quer ouvir, também me atiraste à cara tudo o que de mal eu tinha feito, também usaste os meus segredos contra mim... mas ainda assim apaixonei-me...
E tu também. Só que eu não o admiti. Não o quis admitir. Preferi ignorar aquilo que sentia simplesmente porque era mais fácil. Era mais fácil deixar as coisas como estavam. Deixei que o meu medo pelo desconhecido me dominasse. Afastei-te. Disse-te coisas que não senti. E mesmo assim quiseste ficar...
E agora, assim de repente, foste-te embora. Trocaste-me, assim sem aviso. Simplesmente deixámos de falar por uns dias e quando dei por ti tinhas namorada e eu era a única que nem sabia... E só espero que sejas feliz.
Beijos,
Margarida

2 comentários:

F. disse...

Demonstra uma certa inveja , mas esta muito bem escrita .

Margarida disse...

Tenho noção disso... mas é a realidade.