terça-feira, 21 de abril de 2015

Carta para alguém de quem me Afastei


Diogo (não é o meu Diogo, é um outro),
Daqui a uma semana faz um ano que desisti. Sabes, simplesmente cansei-me. Cansei-me de sentir que era eu a única a querer. Cansei-me de sentir que para ti era só mais uma. Cansei-me de sentir que já estavas farto. Cansei-me de sentir que era um favor que me fazias seres meu amigo.
Desisti no dia do meu aniversário. Desisti no dia em que não quiseste ir almoçar comigo e com os meus amigos. No dia em que não te quiseste encontrar comigo (sabendo eu que era apenas falta de vontade, porque tempo não te faltava), no dia em que me pareceste aliviada por eu dizer que desistia.
E desisti mesmo.
E sabes? Não me arrependo nem um segundo. Porque depois de todos os sacrifícios que fiz por ti, depois de tudo o que me pediste que te ajudasse... e eu cega de amizade, fazia... e no fim sentia sempre a mesma angústia. Sentia-me usada e sem valor.
E acho que mereço sentir mais que isso. Acho que mereço um amigo de verdade.
Mas fui tola por achar que as amizades duravam para sempre. Não duram. Nada dura para sempre.
Ainda assim... sinto saudades. Saudades dos passeios à pressa que tínhamos nos teus intervalos de aulas, a olhar constantemente para o relógio. Saudades de quando ainda me levavas à explicação. Saudades de quando ainda discutíamos as últimas novidades cusquices juntos. Saudades de quando me pedias que desse a minha opinião sobre os teus desenhos. Saudades de quando me contavas das tuas discussões com o Bruno (irmão gémeo) e eu me ria, e depois vos dava o típico aconselhamento "conjugal". E depois íamos lanchar juntos os três aquelas tostas gigantes... Enfim, saudades da nossa amizade meio estranha, meio secreta.
Mas acima de tudo saudades dos teus abraços apertados. Não daqueles abraços de circunstância que me dás agora das raras vezes que me encontras na rua e vais com a tua mãe, caso contrário nem me falas...
Ainda gostava de conseguir entender o que te fiz. Juro que sim. Não entendo.
Mas nada dura para sempre, e nós não fomos exceção...
Ainda te lembras do meu aniversário? Eu lembro-me dos marcadores que me fizeste aos 8 anos, do caderno com desenhos aos 9, dos cromos dourados aos 10, do postal aos 11, da margarida aos 12, da rosa aos 13, e da desilusão aos 14... e sei que me irei lembrar que me vais esquecer daqui a uma semana, aos 15...
Margarida

3 comentários:

Anónimo disse...

Há pessoas que não nos merecem mesmo querida e esse Diogo parece ser uma delas e portanto quem perdeu foi ele que nunca soube aproveitar a amiga verdadeira quer tinha ali mesmo ao seu lado por isso olha, que se dane :)

Margarida disse...

R: Claro, http://www.lovable-maria.com/

Mariana disse...

As amizades vao e vem da nossa vida de forma natural, querida :) por muito que te possa doer agora, ainda vais conhecer pessoas ainda mais fantasticas!